O presidente da Mesa da Assembleia Geral cessante, acompanhado por António Terra da Mota, vice-presidente do respectivo órgão e por Sérgio Matias e Nélson Fernandes, operacionais do acto eleitoral do último sábado, estiveram no Auditório do Estádio José Alvalade para clarificar todo o processo da eleição de Godinho Lopes para presidente do Sporting.
“Depois de tomar conhecimento das informações que circulam publicamente, entendemos vir prestar todos os esclarecimentos sobre o acto eleitoral que decorreu no último sábado, no Sporting Clube de Portugal. O que está em causa é a honra e a dignidade de um conjunto de pessoas que trabalharam muito para além do seu horário de trabalho normal na preparação destas eleições e que foram inexcedíveis durante todo o acto.
O Sporting não tem um regulamento eleitoral e foi criado um processo com todas as normas a todos os delegados, sendo dados todos os esclarecimentos antes de ser aceite por todas as listas candidatas. Foi dado acesso a 60 delegados das 10 listas presentes a eleições, não fazendo distinção entre listas completas e incompletas durante o período de votação, restringindo-o, depois, a dois elementos de cada lista no período de escrutínio e a um de cada na fase da soma das parcelas de todos os votos. Neste período, foi imposto, por sugestão de um dos delegados, que as pessoas que estivessem a somar, o fizessem sem casaco, telemóvel ou sequer caneta, para que não existisse a mínima oportunidade de que, o que estava ali a acontecer, transparecesse para o exterior daquela sala. Em nenhum momento de todo este processo eleitoral, qualquer delegado comunicou a existência de alguma anomalia. Os votos eram contados, após separados, em molhos de 50 e recontados novamente e sempre que se fechava os números, antes de escrever e assinar a respectiva acta, perguntava aos delegados de todas as listas se estava tudo bem. As urnas foram lacradas de manhã, perante todos e as que ficaram cheias, foram seladas e guardadas num local onde também todos os delegados tinham acesso. Tudo correu em clima tranquilo e de entreajuda entre todos os delegados presentes. Nunca fizemos uma contagem intercalar ou tivemos preocupação estatística de saber quem ia à frente, embora, pela contagem individual das diferentes urnas, existisse uma noção de que havia um grande equilíbrio entre dois candidatos e só soubemos quem ganhou quando somámos todos os resultados. Começámos a somar as parcelas do Conselho Leonino, depois, do Conselho Fiscal e, de seguida, da Mesa da Assembleia Geral. Quanto ao Conselho Directivo, verificámos que Bruno de Carvalho tinha grande vantagem nas mesas de um e quatro votos, nas de sete votos foi mais equilibrado e o candidato esteve à frente até à contagem das mesas de 19 votos, com Godinho Lopes a ultrapassá-lo na mesa de 22 e a confirmar a vitória na de 25 votos, a última a ser somada no computador. Fiz questão, de acordo com todos os delegados, de reintroduzir todos os dados no computador – para salvaguardar qualquer erro – e o resultado foi exactamente o mesmo: 36,55% para a Lista A, 36,15% para a Lista C. Ninguém pediu a recontagem, e, junto com todos os delegados, saí da sala”.
Nélson Fernandes: "Os nossos patrões são os sócios"
Nélson Fernandes, funcionário do Sporting, e responsável pela equipa operacional que trabalhou nas eleições, salientou que “tenho, como sportinguista, um tremendo orgulho em ter trabalhado neste acto, junto de delegados de todas as listas e com quem tivemos um excelente entendimento ao longo do dia. Sempre que fechávamos uma urna, perguntava a todos se existia alguma questão a apontar, tal como aconteceu antes de entrar na sala para a contagem das parcelas. Fizemos o escrutínio dos votos à frente dos sócios e dos adeptos, tal como sempre aconteceu, pois temos orgulho em mostrar a todos os que queiram ver como fazemos as coisas. Como funcionários do Clube, fazemos tudo para que o sócio se sinta o mais confortável aqui, pois esta é a sua casa. E foi isso que tentámos também fazer no sábado, pois os nossos patrões são os sócios. São eles que mandam no Sporting.
Tivemos três postos durante as eleições: no primeiro, mostrava-se o cartão de sócio; depois, dava-se entrada dos sócios para o local de votações, com estes números a serem inadvertidamente tidos como oficiais pela comunicação social, pois existiram vários casos de números de sócios antigos ou de pagamento de quotas em atraso, onde eram encaminhados para a Secretaria, regressando depois a este local, já que não iríamos obrigar o sócio a voltar para o fim da fila. No terceiro passo de validação – a entrega do cartão de sócio e um bilhete de identificação, caso o cartão de associado não tivesse fotografia – o sócio recebia os boletins de voto, após conferir o seu nome nos cadernos eleitorais e recebia de novo os documentos após ter colocado as suas decisões na respectiva urna. E são estes os números de votos e sócios votantes que contam e não as estimativas dadas pelo computador aquando da entrada dos associados na sala”.
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